terça-feira, 13 de abril de 2010

Reciclagem

Reciclagem, coleta seletiva, reutilização ou reaproveitamento de material reciclável... Para fazer esse tipo de coisa é necessário, antes da tal da educação de berço, consciência. E não estou falando de consciência do tipo pseudo eu sei quem sou, não! Estou falando de consciência quanto à nossa participação como seres humanos no planeta azul. Somos uma rede, estamos na teia, certo? Mas realmente, falar de consciência ambiental, ou mesmo preservação/ degradação ambiental, com pessoas que acham que fazer xixi no banho é anti-higiênico, ou ainda, que separar material para reciclagem, ou melhor, "lixo" para reciclagem é anti-higiênico, coisa de gente porca ou suja. Pois é, ontem escutei isso na reunião do meu condomínio. Difícil acreditar...

É bem provável que não tenhamos coleta seletiva no condomínio porque coleta apenas uma ou duas vezes por semana é inviável; deveria ser todos os dias! Santa inocência. Acho que não tinha ninguém ali com menos de 30 anos. Resumindo pra não me estender, porque sei que vou, a inviabilidade ficou sujeita a alguns argumentos: armazenar recicláveis dentro de casa é impossível porque é "lixo" dentro de casa; colocar coletores dentro do condomínio acumula sujeira, fica fedendo e é anti-higiênico; e colocar os coletores fora do condomínio os catadores (que fazem coleta seletiva) vão fazer muita bagunça e ainda corre-se o risco de termos os coletores roubados.

Pois é, eu tenho um tanto de material para reciclagem dentro de casa. Todos são enxaguados (não lavados com sabão) enquanto lavo a louça normalmente e armazenados no canto da minha área de serviço, depois de escorrida a água e separados por tipo de material: metal, vidro ou plástico. Minha casa não fede, sou muito chata quanto a isto, e quando tem uma quantidade grande o suficiente para colocar na mochila e levar no coletor do Pão de Açúcar, lá vou eu de bike. Sendo justa: tinha uma outra pessoa que também se manifestou quanto a isto na reunião.

Disso tudo, só consegui inferir uma coisa: o que falta não é o lixo ser limpo, mas a mente de determinadas pessoas. Deveria ser limpa de tal maneira que pudessem ver como se negam a enxergar o que e quem realmente são. Ninguém quer armazenar recicláveis em casa porque não conseguem suportar ou mesmo vislumbrar o tipo de consumo que são. O comer com os olhos tem que ser agradável, certo? Faz parte do processo anestésico.

Imagina então se eu fosse falar que uso o saco de arroz, de açúcar, do pão, do biscoito, do papel higiênico como saco de lixo? E que não pego mais os saquinhos de mercado ou padaria ou sei-lá-o-que pra usar como saco de lixo porque com esses outros sacos lotei o meu puxa saco! Imagina se tivesse sugerido uma pequena horta comunitária que pudesse ser adubada com os resíduos orgânicos decompostos?

O que fazer? Minha pilha não acabou com esses comentários. Por aqui não dá pra fazer nada, pelo menos por agora. Na verdade reforçou a ideia, baseada no filme The Garden (postei aqui no blog outro dia), de um jardim comunitário num terreno aqui perto inutilizado que fica em cima de um pequeno trecho do metrô (não entendi porque apenas esse pedaço) e que não dá pra fazer grandes construções em cima, mas dá pra fazer pelo menos uma horta bacana. Provavelmente vou encontrar um monte de pessoas assim de mente poluída, mas não quero pensar nisso! Mas como atitude pró-teia fico bastante animada com a ideia. Vou ver o que rola.... e depois posto por aqui!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pelo comentário!