terça-feira, 23 de março de 2010

A liberdade de ser mulher(es)!

Hoje acordei cedo, caminhei e respirei o ar com cheirinho de mato, sendo remetida, logo pela manhã, para a atmosfera de Alto Paraíso, com sua infinidade de aromas e cores.

Enquanto caminhava, pensei no quanto é importante que nos realizemos como mulheres maravilhosamente diversas na expressão de nossas individualidades.

Lembrei-me de um livro que acabei de ler sobre a história do feminismo, abordando a discriminação que as lésbicas sofreram para se firmarem dentro de uma proposta feminista, por ser "destoantes" de um modelo de feminismo que não contemplava a diversidade. Com isso, refleti sobre a significação por trás da palavra "mulher", que encobre, de fato, a pluralidade que um "s" ainda não é capaz de expressar, à plenitude!

Enquanto pensava, preparei meu espírito para ir até a Câmara dos Deputados participar do Seminário Mulheres do Futuro: a formação de uma geração consciente. Fiquei nervosa porque, diante de tantos atropelos numa vida sentimental que me impele para a batalha diária contra a misoginia e o machismo, julguei estar atrasada para o evento.

Mesmo assim, fui, lancei-me em algo em que verdadeiramente acredito. E não é amor "romântico", "espera de príncipe encantado" ou mentira de "alma gêmea" forjada em uma unicidade que apenas me vê como prolongamento do ego, mas, antes, era algo que estava fazendo por mim, para mim, ou seja, na mais íntima relação do meu eu comigo mesma (isso, quero ser mais redundante ainda).

Como fiquei feliz em ver e me perceber diante da diversidade! Mulheres, unidas em torno da celebração das diferenças ideológicas, políticas, fenotípicas, culturais. Mas, enfim, nós, mulheres, que lutamos, dia após dia, para romper os grilhões de uma ignorância que ainda insiste em povoar o imaginário popular, bem como a mente de nossos maravilhosos amigos, companheiros, noivos, maridos, parceiros. A resposta para tanta escuridão é a felicidade de uma alma que brilha ao estar no espaço de calmaria interna.

Entrei no plenário e logo me acomodei em meio de tantas mulheres e poucos, pouquíssimos homens. Onde estão meus antigos namorados que, outrora, diziam-se respeitadores de novos paradigmas? Onde estão os que se diziam libertários? Não estão, porque, no fundo, não se libertaram e, não se libertando, não podem emancipar seus discursos. Apenas assistem, mas não vivenciam dentro de si a libertação da ignorância. A vitrine que coloca diante deles apenas para a contemplação, tal qual sempre fizeram, ao final, os descrentes dos movimentos feministas...

Sem problema, pois, afinal, nada retira a maravilhosa sensação de estar ali, participando, opinando, refletindo e compartilhando idéias com mulheres que sabem de si! Saí de lá olhando para um céu diferente hoje, o céu do espírito alimentado pelos auspícios de novos tempos em minha vida, tempos de conforto e respostas para minha alma que se sucateou bastante, mas não se deixou destruir...

Um comentário:

  1. É... só lembrei do filme que você indicou: Acorda Raimundo... Acorda!
    http://www.youtube.com/watch?v=r6zFfnQ8M0M&feature=related

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Obrigada pelo comentário!